terça-feira, novembro 09, 2004

O princípio do fim da dependência do petróleo

Segundo o Público de hoje,

"A França pode ainda ganhar a corrida à construção do maior reactor de fusão nuclear da história, foi ontem anunciado. O processo de escolha tem estado bloqueado, porque os EUA se empenharam em que o projecto futurista e milionário do ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) fosse para o Japão, para a região de Rokkasho-mura. Mas nada ainda estava decidido. Agora esta disputa sofreu um volte-face, com a possível desistência do Japão, a troco de algumas compensações, que não são ainda conhecidas. Cadarache, o sítio em França escolhido pela União Europeia, pode ser o eleito. "

O único senão é que o prazo estimado para que este reactor entre em funcionamente é de cerca de 50 anos. Contudo, é de louvar que vários países se empenhem com tamanha antecedência na investigação desta revolucionária forma de obtenção de energia.
Revolucionária apenas em termos antropológicos porque o processo existe há milhares de milhões de anos, desde os primórdios da criação do universo e está na base de toda a produção de energia que ocorre nas estrelas. Ao contrário das centrais nucleares (ou atómicas) clássicas, onde os átmos de urânio, ou plutónio, são "partidos" (fissão nuclear), dando origem à libertação de energia e a núcleos atómicos mais pequenos, os quais constituem o chamado lixo nuclear, na fusão são "acasalados" dois átomos de hidrogénio, mais precisamente dois isótopos do hidrogénio (deutério) dando origem a um átomo de hélio, absolutamente inerte, com a subsequente libertação de energia. O problema actual prende-se com o facto de, numa reacção controlada, ser necessária uma grande quantidade de energia para aproximar os dois isótopos suficientemente perto de modo a que se fundam. Por enquanto essa quantidade ainda é superior à energia obtida pelo processo.
Há ainda uma outra possibilidade que é a fusão nuclear a frio, já pomposamente anunciada (podem ver um artigo aqui) mas ainda não provada. Este processo, se fosse possível, tornava tudo muito mais fácil para a humanidade pois a energia de activação necessária seria extremamente mais baixa.

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