Para Sócrates este é o melhor resultado.
Note-se que, em primeiro lugar, o seu apoio a Mário Soares foi apenas o necessário e suficiente para não parecer mal. Duas ou três intervenções, alguns sorrisos e palmadinhas nas costas e já está cumprido o calendário.
Depois, sabendo de antemão, como qualquer político minimamente experiente poderia antever, dificilmente Soares seria eleito. Havia muito contra ele... a idade (quer queiram quer não), o facto de ser um cromo repetido, a falta de tacto (lembram-se, por exemplo, das gafes durante as eleições autárquicas e nas legislativas...), a sensação de não mudança, entre outras.
Deste modo Sócrates cumpre 4 objectivos:
1 - consegue ter em Belém alguém que concorda com as suas políticas actuais (o que não aconteceria com Soares, ou qualquer outro candidato.);
2 - encerra definitivamente a era do soarismo no PS, arrastando de caminho João Soares para um lugar cada vez mais apagado, à mingua da influência do seu pai;
3 - entala Manuel Alegre responsabilizando-o pela derrota e, subliminarmente, insinuando a sua traição ao partido;
4 - obtém um bode expiatório para justificar futuros falhanços da sua política com as dificuldades impostas pelo contra-poder de Belém;
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