Desde que comecei a usar a Internet, na vertente WWW, que um dos links que mais usei como forma de promover as vantagens deste novo (na altura) meio de comunicação, foi o do Público.
Estávamos talvez em 1995.
Dez anos depois e essa pedagogia deixou de ser possível. A partir desta semana o acesso aos artigos do Público só é possível mediante pagamento de uma assinatura.
A minha primeira impressão é de pesar. Lamento ter perdido este, como direi, privilégio. Comecei a lamentar desde que o site do Público foi remodelado. Aquilo que parecia um lavar de cara e um ar de contemporaneidade no design, transformou-se, no meu entender, numa má experiência de usabilidade.
A associação da edição eletrónica do jornal ao Sapo também me causou algum desagrado. A marca Sapo está transformada numa máquina de fazer dinheiro. É o corolário do aproveitamento comercial da Internet, com intervenção em todas as áreas possíveis. Aquilo que começou ,também, por ser um serviço pioneiro e inovador vendeu-se e degenerou.
Tenho pena que o Público tenha saído de linha. Poderá ganhar em termos comerciais, acredito. Mas vai perder em protagonismo, em referência, em intervenção, nesta área que, cada vez mais, é a da troca de ideias em rede, transversal a todos os que querem estar vivos dentro desta aventura do conhecimento.
P.S. : Já agora, para quem não sabe, SAPO significa Serviço de Apontadores Portugueses e foi o primeiro motor de busca a funcionar em Portugal, tendo sido desenvolvido por alunos da Universidade de Aveiro, no âmbito do curso de Electrónica e Comunicações desta Universidade.
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