A histeria corporativa dos órgãos representantes dos farmacêuticos mostra claramente duas coisas.
A primeira é que José Sócrates (JS) soube inteligentemente escolher o primeiro adversário para usar como exemplo. Ao tocar no lobby das farmácias, sabia que iria despoletar uma reacção imediata, pois estes senhores protejem o seu império com um afinco digno de nota. JS tem aqui, para além de uma batalha ganha à partida, assunto para alguns meses, tendo certamente toda a opinião pública do seu lado, bem como a Ordem dos Médicos e outro lobby, o do empresariado das grandes superfícies.
A segunda, mostra o poder (ou a sua busca) que certos sectores têm e a impunidade a que se arvoram. O argumento de que a existência de medicamentos fora das farmácias constitui um grave risco de saúde pública, dando como exemplo o excesso de consumo de antipiréticos (normalmente baseados no paracetamol) e os consequentes perigos, é patético.
A quem é que alguma vez foi recusada uma caixa de aspirinas numa farmácia?
Existirá algum cidadão neste país a quem o farmacêutico tenha aconselhado a visitar o seu médico antes de lhe vender uma caixa de Panadol?
E porque é que as farmácias podem vender artigos de sectores concorrentes tais como sabonetes, pasta de dentes, escovas de dentes, champô, creme para a barba, perfumes, etc, etc? Será preciosa a indicação sábia do farmacêutico sobre como lavar a cabecinha ou aplicar o desodorizante?
E quantos farmacêuticos já se arvoraram em médicos, fazendo as suas próprias "prescrições" sem conhecerem a história clínica dos pacientes?
Será que neste aspecto Portugal é o país mais avançado da Europa pois só aqui é que tenho de ir a uma farmácia para comprar uma aspirina?
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