sábado, abril 30, 2005

no largo da má língua

Para reflectir um pouco sobre a fragilidade da vida e deixar sair umas lágrimas se tiverem vontade.
Revoltante como no século XXI ainda não se consegue controlar certas doenças. E quando nos vêm com questões éticas sobre a clonagem terapêutica, que mais dizer...

terça-feira, abril 26, 2005

O código secreto da Tora

Ontem vi um programa no canal história em que se falava de uma teoria segundo a qual a Tora encerra um código que prevê acontecimentos passados e futuros.
O esquema funciona da seguinte maneira: todas as letras e palavras que formam o texto da Tora, na versão hebraica, são colocadas nas páginas respectivas de modo a que não haja espaços em branco entre as frases. Depois, usando um programa informático desenvolvido para o efeito, são procurados conjuntos de palavras que formem algo com sentido. A construção das palavras é feita da mesma forma usada nalguns passatempos de palavras cruzadas, ou seja, as palavras podem ser construídas de baixo para cima, da direita para a esquerda ou da esquerda para a direita, em diagonal, etc...
Usando este método, já foram descobertas várias profecias, tais como o assassinato de Kennedy, o atentado ao World Trade Center, etc. No caso do atentado a Kennedy, apareciam na mesma matriz as palavras Kennedy, Dallas, assassinado.

Um outro investigador aplicou o mesmo método ao livro Moby Dick e conseguiu encontrar também várias profecias, entre as quais a morte da princesa Diana.

Eu não me quis ficar atrás e tentei fazer uma abordagem rudimentar usando este método e olhem as palavras que encontrei no Publico de hoje:

"Um em cada três portugueses sofre de distúrbios mentais";
"Valentim Loureiro reassume presidência de Liga e Metro do Porto"

Dá que pensar não dá?

quarta-feira, abril 20, 2005

quinta-feira, abril 14, 2005

Cargos políticos limitados a 3 mandatos

O Governo aprovou hoje um diploma que limita a 3 mandatos consecutivos todos os cargos políticos que anteriormente não eram limitados no tempo, com excepção do cargo de Deputado da Assembleia da República.
Nesta lista incluem-se, em boa hora, os cargos dos presidentes do governo regional das Regiões Autónomas.

Contudo, esta lei ainda tem que ser ratificada na Assembleia da República, com uma maioria de 2/3.

Como seria de esperar, o PSD está contra.
O alarve da Madeira está no poder desde 1976, ou seja, há 29 anos!, e mesmo assim parece que não lhe chega. Mesmo que a lei entre em vigor, aquele sr. ainda pode ficar no poder mais 8 anos... mas se calhar é pouco. Há que bater o record de Salazar.

quarta-feira, abril 13, 2005

A foto do ano


O meu amigo Ricardo enviou-me esta foto.
É um simples pardal a curar a ressaca, num chafariz à porta de casa.

Nova cara

Este blog está quase a fazer um ano. Como auto-prenda antecipada aqui está uma modesta renovação do visual.
É o que se pode fazer, não tenho tempo para mais... tenho que ir tirar a roupa do sabão e migar umas couves para fazer uma sopa.

terça-feira, abril 12, 2005

Portugal perdeu quase metade dos fumadores em 9 anos

De acordo com o Púbico, a percentagem de fumadores em Portugal passou de 36% em 1996 para 19%.
É uma boa notícia.
Também acho que passei a pertencer ao grupo dos não fumadores. Digo acho porque não sei se alguma vez pertenci a esse grupo.
Comecei a fumar, talvez, com 16 anos. No Liceu (ou Escola Secundária se quiserem) lembro-me que era a melhor maneira de passar os intervalos de 10 minutos. Era um pretexto para falar com alguma menina a pedir-lhe (ou a dar-lhe) lume. Era a melhor maneira de ter onde pôr as mãos e, enquanto aspirava o fumo, tinha tempo de pensar em algo de supostamente interessante para dizer, sem correr o risco de passar por tótó. Mas mesmo nesta fase, não fumava todos os dias. Até que, alguns minutos antes do exame de Biologia do 12º ano, pedi um cigarro a um colega. Soube-me tão bem que nunca mais esqueci o momento. Era um SG Gigante. Quanto ao exame, acabei meia hora antes do tempo, tive 14 valores e foi a melhor nota da minha Escola.

Entrei na Universidade e aí as coisas complicaram-se. Comprei o meu primeiro maço (é verdade, até então fui sempre um grande crava) e em épocas de exame fumava imenso.
Até que passei para o cachimbo. Era outra história. Havia o ritual da limpeza, o ritual do enchimento, o acender, os aromas fantásticos dos vários "sabores" do Ânfora, enfim, boas desculpas para perder tempo sem dar por isso.

E depois acabaram os exames e veio a vida adulta...

Nos últimos anos fumava cerca de um maço por semana, sendo a maior parte ao fim-de-semana. Será que isto contribui para as estatísticas dos fumadores?

O mais curioso é que, de repente, passei a não ter vontade de fumar.
Não me perguntem qual é a fórmula. Acho que tem a ver com uma predisposição genética para não estar susceptível aos vícios.

Mas, de vez em quando, depois de um bom jantar, com a companhia certa, ainda me sabe bem um bom charuto! (o pior é quando a companhia foge por causa do charuto).

quarta-feira, abril 06, 2005

Ainda o Novo Código da Estrada (2)

E para ler um artigo mais aprofundado juridicamente sobre a natureza das novas coimas:

O NOME DAS COIMAS no Mar Salgado

Ainda o Novo Código da Estrada

Transcrevo aqui um comentário de Vital Moreira que vai de encontro ao que já afirmei sobre o assunto.

Com o novo Código da Estrada, que aumenta o rigor das normas e agrava consideravelmente as sanções para as infracções, terá sentido manter inalterados os irrealistas limites de velocidade máxima nas auto-estradas (e mesmo fora delas), sabendo-se que os limites excessivamente baixos só vão ser "respeitados" à custa de generosas doses de tolerância da polícia? Não seria mais coerente com a filosofia da reforma subir moderadamente aqueles limites, pelo menos para os automóveis ligeiros, para se poder ser mais exigente no seu cumprimento? Ou vamos continuar agarrados a ficções, por incapacidade para questionar tabus sem fundamento?

A frase da semana

Eu prometi que não voltava a falar dele, mas desta vez é por razões didáticas.

No Expresso de Sábado, Pedro Santana Lopes afirma:

"Um dos grandes equívocos da Constituição ainda lá está: é a dualidade no seio do mesmo poder, o poder executivo, resultante da eleição por sufrágio universal e directo quer do primeiro-ministro quer do Presidente da República."

Onde é que está a barbaridade desta afirmação?

Provavelmente o erro passará despercebido à maior parte dos portugueses, mas, permitam-me a elucidação: em Portugal, o primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República, tendo em conta os resultados das eleições legislativas que, essas sim, elegem directamento o parlamento por sufrágio universal. E, neste caso, o Parlamento é um órgão de poder legislativo. Nunca, em Portugal, alguém votou para a eleição directa de um primeiro-ministro, apesar de as campanhas eleitorais dos partidos à direita do BE e do PCP, serem centradas nessa ideia.

Não tenho formação jurídica (sou da área das ciências exactas e naturais). Não ocupo, nem ocupei cargos políticos (tirando uma passagem pela Assembleia Municipal da Figueira da Foz). Mas sei estas coisas porque me considero um cidadão minimamente informado.

Como é que é possível que alguém com formação juridica, e longo currículo político, possa publicar tamanha asneira num jornal com a expressão do Expresso?

Só me resta subscrever o que afirma Vital Moreira no Público de terça-feira:
"Perante um texto destes ficamos a perceber não somente que Santana Lopes insiste em não entender por que foi varrido do poder mas também que persiste em confundir totalmente a natureza do sistema de governo constitucionalmente estabelecido entre nós."

terça-feira, abril 05, 2005

O Público em linha passou a ser pago

Desde que comecei a usar a Internet, na vertente WWW, que um dos links que mais usei como forma de promover as vantagens deste novo (na altura) meio de comunicação, foi o do Público.
Estávamos talvez em 1995.
Dez anos depois e essa pedagogia deixou de ser possível. A partir desta semana o acesso aos artigos do Público só é possível mediante pagamento de uma assinatura.
A minha primeira impressão é de pesar. Lamento ter perdido este, como direi, privilégio. Comecei a lamentar desde que o site do Público foi remodelado. Aquilo que parecia um lavar de cara e um ar de contemporaneidade no design, transformou-se, no meu entender, numa má experiência de usabilidade.
A associação da edição eletrónica do jornal ao Sapo também me causou algum desagrado. A marca Sapo está transformada numa máquina de fazer dinheiro. É o corolário do aproveitamento comercial da Internet, com intervenção em todas as áreas possíveis. Aquilo que começou ,também, por ser um serviço pioneiro e inovador vendeu-se e degenerou.

Tenho pena que o Público tenha saído de linha. Poderá ganhar em termos comerciais, acredito. Mas vai perder em protagonismo, em referência, em intervenção, nesta área que, cada vez mais, é a da troca de ideias em rede, transversal a todos os que querem estar vivos dentro desta aventura do conhecimento.

P.S. : Já agora, para quem não sabe, SAPO significa Serviço de Apontadores Portugueses e foi o primeiro motor de busca a funcionar em Portugal, tendo sido desenvolvido por alunos da Universidade de Aveiro, no âmbito do curso de Electrónica e Comunicações desta Universidade.

segunda-feira, abril 04, 2005

Requiem

Deixo aqui este obituário, pelo brilhante Carlos Esperança, no Diário Ateísta

Faleceu, sem deixar descendentes, Karol Vojtyla, Papa católico, emigrante polaco, solteiro, de 84 anos de idade, conhecido pelo pseudónimo de João Paulo II.

Papa há mais de 26 anos, fez a síntese do estalinismo polaco em que viveu com o catolicismo medieval em que acreditava.
Exorcista afamado, preferia a água benta à outra, usava a cruz como amuleto e odiava a contracepção, em geral, e o preservativo em particular.
Fez 448 santos e 1338 beatos e foi um grande criador de cardeais.
A sua morte resolveu o problema da ICAR, multinacional da Fé, cujos estatutos não prevêem a destituição.
As exéquias, abrilhantadas por uma multidão de sotainas, serão transmitidas para todo o Mundo, em directo, a partir do bairro de 44 hectares cujas actividades principais são a oração, os negócios da fé e a política.
De todas as sucursais chegam bandos de monsenhores, bispos e cardeais, estes últimos com direito a voto na escolha do sucessor, pelo círculo eleitoral único «Itália e Resto do Mundo». A reunião do Conselho de Administração, tendo como ponto único da ordem de trabalhos «a eleição do papa», chama-se conclave. A decisão é tomada por dois terços dos cardeais, sob os auspícios do Espírito Santo, sob o olhar atento do Opus Dei.
As exportações de bênçãos, relíquias, imagens do Papa e indulgências ficam suspensas temporariamente. As importações de esmolas mantêm-se.

Post scriptun - As orações pela saúde de JP2 estão completamente ilibadas de lhe terem prolongado a agonia, não tendo revelado eficácia superior ao placebo.

domingo, abril 03, 2005

Estamos papados (eufemisticamente falando)

Qual é o espanto e o interesse jornalístico no facto de uma pessoa de 84 anos, já há vários debilitado, acabar por morrer, tal como milhares de pessoas morreram neste mesmo dia?
Será que esperavam que o papa vivesse eternamente?
Que mais há a noticiar que não se esgote em 30 minutos de informação?


Por que raio é que todas as televisões têm que estar a fazer ligações em directo ao Vaticano? Para saber a que horas o corpo começou a cheirar mal?
Para entrevitar em exclusivo a Nossa Senhora de Fátima que, diz-se, veio ou vem ou virá buscar o papa?
Para captar um directo da alma do papa a subir aos céus?

Não há paciência para esta televisão. E ainda mais me espanto quando vejo a CNN a enveredar pelo mesmo caminho.
Se querem ver notícias nos próximos dias, só na Al Jaezira.

sexta-feira, abril 01, 2005

Papa em estado crítico

Como é que se pode ainda acreditar em milagres e num deus todo poderoso quando o seu suposto representante confia mais na medicina dos homens do que na intervenção divina?

"O padre Konrad Hejmo, responsável pelos peregrinos polacos do Vaticano, tinha afirmado anteriormente que o estado de saúde do Santo Padre tinha estabilizado, depois da aplicação dos medicamentos apropriados para combater a sua infecção urinária."

É a própria estrutura de topo de uma organização baseada em dogmas que, publicamente, mostra que é necessária a intervenção do homem, usando medicamentos que talvez tenham sido obtidos e ensaiados por métodos que contrariam certas doutrinas que esta mesma organização - e este mesmo papa- condenou.

Seria, sim, um acto de coragem afirmar publicamente - Confiamos a saúde do papa nas mãos de deus e rejeitamos qualquer intervenção médica.